Para sobreviver no ambiente ártico, os Iñupiaq desenvolveram um profundo conhecimento dos recursos naturais e como fazer o melhor uso deles. Para isso, criaram uma cultura de cooperação e de partilha (este sistema de compartilhamento ocorre até os dias atuais) aonde um sempre depende do outro para sobreviver nesta região gelada e inóspita.
Eles caçam principalmente baleias, focas e renas mas respeitam o ciclo de vida dos animais não abatendo as fêmeas (quando estão com filhotes).
A caça à baleia foi, e continua a ser importante para a cultura Iñupiaq não apenas para o alimento que oferece, mas para o senso de comunidade e de cooperação que cria. As baleias podem pesar até 60 toneladas, o que significa que têm de ser caçados por grupos de pessoas trabalhando em conjunto com um capitão da baleação. Quando matam uma baleia, o Iñupiaq agradece ao animal por dar a sua vida a ele, e as quotas de toda a comunidade, na sua generosidade. Grande parte dos equipamentos tradicionalmente utilizados pelos seus antepassados, incluindo um Umiaq, ou sealskin (canoa), é usado ainda hoje.
Este ritual ocorre a cada verão e a cada outono quando eles saem em suas canoas de pele de foca para caça. As capturas são celebradas nas aldeias e os capitães baleeiros compartilham de suas presas com parentes e vizinhos. Porém, essa forma tradicional de vida está entrando em conflito com a busca de petróleo porque a Royal Dutch Shell está determinada a explorar as vastas reservas de petróleo que parecem existir ao largo do Alasca causando grandes danos ao meio-ambiente, a fauna e aos Iñupiaq. Grandes protestos já foram organizados mas a Shell não desistiu de encontrar o petróleo. Os Iñupiaq argumentam que a ruidosa prospecção de petróleo ao largo do Alasca vai perturbar as rotas migratórias das baleias, tornando impossível aos Iñupiat capturar a cota anual de cerca de 60 animais que lhes é reservada por lei.
A língua falada por eles encontra-se no grupo linguístico "Eskimo-Aleut" que é falado no norte e nordeste do Alasca por mais ou menos 10.000 pessoas. Essa língua é conhecida também como: Inupiak, Inupiat, ou Inupiatun.
*A maioria dos povos que vivem no Ártico são chamados de "Esquimós" (Eskimos), mas este termo não é bem aceito por eles já que é considerado um insulto criado pelo homens brancos com a intenção de depreciar e generalizar todos as etnias que vivem neste universo gelado.
*Segundo fontes históricas, o primeiro contato com os europeus aconteceu em 1826, quando dois britânicos chegaram e renomearam o chamado Iñupiaq Ukpiagvik ele, "o lugar para caçar corujas de neve") para Barrow.
Dicionário Iñupiaq
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Povos que vivem no Alasca