Ninguém ouviu um soluçar de dor
No canto do Brasil.
Um lamento triste sempre ecoou
Desde que o índio guerreiro foi pro cativeiro e de lá cantou.
Negro entoou um canto de revolta pelos ares
No Quilombo dos Palmares, onde se refugiou.
Fora a luta dos inconfidentes
Pela quebra das correntes.
Nada adiantou.
E de guerra em paz, de paz em guerra,
Todo o povo dessa terra
Quando pode cantar,
Canta de dor.
E ecoa noite e dia: é ensurdecedor.
Ai, mas que agonia
O canto do trabalhador ...
Esse canto que devia ser um canto de alegria
Soa apenas como um soluçar de dor.
(Mauro Duarte e Paulo César Pinheiro)
Interpretada pela grande Clara Nunes
* Esta canção foi composta na década de 60 aonde a palavra "raça" era muito utilizada. Na atualidade, foi substituída por Etnia porque é muito mais adequada.
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