Jegakava Tenonde Porangue’ í *
Mbyá, Mbya ou embiá (em Português) é a denominação de um dos povos Guarani, que habita o Paraguai, Brasil, Argentina e Uruguai.
Os Mbyá Guarani pertencem uma das atuais parcialidades étnicas , no Brasil, dos Guarani, juntamente com os Kaiowá e os Ñandeva. Lingüísticamente são classificados como pertencentes ao tronco Tupi, família Tupi-Guarani, língua Guarani. Diferenciam-se entre si por especificidades de ordem sociocultural e por diferenças dialetais. É a partir do acréscimo de “elementos de identidade sociocultural” às três divisões da língua Guarani, que se pode caracterizar os Ñandeva, os Kaiowá e os Mbyá em parcialidades étnicas. No Rio Grande do Sul existem cerca de 2.500 indígenas Mbyá-Guarani, vivendo entre acampamentos de beira de estrada, áreas desocupadas pelo estado e terras reconhecidas.
São extremamente espirituais e seguem as mensagens de Nhanderú (deus), eles buscam o que acreditam ser a "Terra Sem Males", um lugar onde não falta caça, pesca e muita paz. A sua procura, localizada no imaginário dos Guarani, para além do Atlântico, por si só, não minimiza as responsabilidades dos brancos sobre os poucos espaços territoriais que sobraram para esses índios. A sua perambulação, organizados em pequenos grupos familiais, por estradas e rodovias do Sul e Sudeste do país, é uma face trágica dessa diáspora.
Movimentam-se bastante, transitando entre aldeias e até mesmo entre países como Argentina e Paraguai (nestes países existe um grande número de Guarani).
Os Guarani Mbyá mantém sua língua viva e plena, sendo a transmissão oral o mais eficaz sistema na educação das crianças, na divulgação de conhecimentos e na comunicação inter e entra aldeias, constituindo-se a língua no mais forte elemento de sua identidade. Poucos Mbyá falam o português com certa fluência. Crianças, mulheres e velhos são, em grande parte, monolíngües. As Histórias Mbyá são constituídas de metáforas e são parte da tradição oral passada de pai para filho.
O que determina o nome de uma criança Guarani é justamente a região de onde vem a alma, não sendo jamais uma decisão arbitrária dos pais. É com base no "lugar de onde vem a alma" que o nome será constituído. E, ao saber sua origem, que sempre é dada pelo próprio filho por meio de sonhos, os pais também saberão suas qualidades e características individuais. Cada região do "zênite" possui determinados aspectos, assim como seus moradores. A origem do nome permite prever um pouco do percurso futuro dessa criança que ainda sequer nasceu, seus gostos, jeito de ser e possíveis caminhos a serem percorridos.
Quando a criança não possui nome, está sujeito à cólera, raiz de todo o mal. "Somente quando se chame pelos nomes que nossos pais da palavra lhe damos, deixarão de encolerizar-se." Este nome é parte integrante da pessoa e é designado com a expressão 'ery mo' ã a', "aquele que mantém de pé o poder de dizer". (Cadogan, 1992)
As crianças são educadas sem repressão e passam por vários rituais de iniciação até atingir a fase adulta.
Além da linguagem usual (ayvu), os Mbyá conservam uma linguagem ritual, extremamente elaborada, ayvu porã, expressão traduzida por “belas palavras”, revelada pelas divindades aos dirigentes espirituais e pronunciada em ocasiões especiais. Os discursos assim proferidos contém um vocabulário peculiar e fazem menção a conceitos especiais de ordem mítica e, em geral analisam uma situação atual.
*Para saber mais:
Guarani Argentina: http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0101-32622002000100004&script=sci_arttext
Léxico Guarani-Dialeto Mbyá: http://orbita.starmedia.com/~i.n.d.i.o.s/dooley/intr.htm
Guarani no Sul do Brasil: http://www.sinpro-rs.org.br/extra/out98/movim1.htm
Wikipedia: http://pt.wikipedia.org/wiki/Mby%C3%A1
Guarani Paraguai: http://www.staff.uni-mainz.de/lustig/hisp/guarani.html
Jeguakava Tenonde Porangue’ í = ("os primeiros escolhidos para levar o adorno sagrado de plumas" ou "os primeiros adornados.