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25.2.09

Poesia Palestina.


Resistirei
Talvez perca — se desejares — minha subsistência

Talvez venda minhas roupas e meu colchão

Talvez trabalhe na pedreira ... como carregador ... ou varredor

Talvez procure grãos no esterco

Talvez fique nu e faminto

Mas não me venderei


Ó inimigo do sol

E até a última pulsação de minhas veias

Resistirei

Talvez me despojes da última polegada da minha terra

Talvez aprisiones minha juventude

Talvez me roubes a herança de meus antepassados

Móveis ...  utensílios e jarras

Talvez queimes meus poemas e meus livros
Talvez atires meu corpo aos cães
Talvez levantes espantos de terror sobre nossa aldeia
Mas não me venderei

Ó inimigo do sol

E até a última pulsação de minhas veias

Resistirei

Talvez apagues todas as luzes de minha noite

Talvez me prives da ternura de minha mãe

Talvez falsifiques minha história

Talvez ponhas máscaras para enganar meus amigos

Talvez levantes muralhas e muralhas ao meu redor

Talvez me crucifiques um dia diante de espetáculos indignos
Mas não me venderei

Ó inimigo do sol

E até a última pulsação de minhas veias

Resistirei
Ó inimigo do sol


O porto transborda de beleza ... e de signos

Botes e alegrias

Clamores e manifestações


Os cantos patrióticos arrebentam as gargantas

E no horizonte  ...  existem velas
Que desafiam o vento ... a tempestade e franqueiam os obstáculos
É o regresso de Ulisses
Do mar das privações
O regresso do sol ... de meu povo exilado

E para seus olhos
Ó inimigo do sol

Juro que não me venderei

E até a última pulsação de minhas veias

Resistirei

Resistirei
Resistirei 




Samih Al-Qassin, em Poesia Palestina de Combate

ZX











Meu compromisso é com a Memória do "Invisível".


Pelo direito a autodeterminação dos povos e apoiando a descolonização do saber.


Ano 5523 de Abya Yala


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