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15.3.09

Y-îara-Senhora do Amazonas.

Yara ou Uiara ou Ipupiara (do tupi 'Y-îara "senhora das águas")


O mito da sereia é uma das entidades aquáticas mais importantes de todos os tempos e é claro que não poderia faltar na Cosmovisão Amazônica. Ela é uma linda sereia que vive no rio Amazonas em cima das vitórias-régias, sua pele é morena, possui cabelos longos, negros e olhos castanhos. 
Y-îara costuma tomar banho nos rios e cantar uma melodia irresistível, desta forma os homens que a vêem não conseguem resistir aos seus desejos e pulam dentro do rio. Ela tem o poder de cegar quem a admira e levar para o fundo do rio qualquer homem que ela desejar se casar. 
Os índios acreditam tanto no poder da Y-îara que evitam passar perto do rio ao entardecer. 

Segundo a cosmovisão indígena, ela era uma índia guerreira, a melhor da tribo e recebia muitos elogios do seu pai que era pajé. 
Seus irmãos tinham muita inveja, resolveram matá-la à noite enquanto dormia. Y-îara que possuía um ouvido bastante aguçado, os escutou e os matou. 
Com medo da reação de seu pai, fugiu. Seu pai, o pajé da tribo, realizou uma busca implacável e conseguiu encontrá-la, como punição pelas mortes a jogou no encontro dos Rios Negro e Solimões, alguns peixes levaram a moça até a superfície e a transformaram em uma linda sereia.
Há entre os índios a lenda do Jaguarari, índio forte e guerreiro da tribo Tuxaua que apaixonou-se pela sereia. Na tribo não havia ninguém mais forte e de bom coração do que Jaguarari. Todos o admiravam, tanto os homens, quanto as mulheres. Até que um dia, quando Jaguarari saiu em sua igara para pescar avistou uma bela morena nua a se banhar e cantar na margem do rio, na sombra de um Tarumã. Jaguarari ficou paralisado e de pronto se apaixonou.

Desde então, saia para caçar ou pescar, mas sua única intenção era mesmo encontrar a Y-îara. Voltava tarde da noite da pescaria sempre triste. Nem parecia mais o belo índio de antes de visão. Sua mãe perguntava, o pai aconselhava, mas nada de Jaguarari voltar a ser como era antes. 

Até que um dia, de tanto a mãe insistir em saber o motivo de sua tristeza, Jaguarari confessou estar apaixonado pela visão que tivera aos pés do Tarumã. Disse que à noite quando tentava dormir, a única coisa que ouvia era o inebriante canto da sereia.

Ao ouvir a revelação, a mãe desesperou-se! Jogou-se aos pés do filho e pediu-lhe chorando que nunca mais voltasse lá. 
Mas a promessa nunca pôde ser cumprida, pois Jaguarari já estava enfeitiçado. Numa noite de luar, ela cantou tão forte que o belo índio levantou-se e correu para a margem do rio. As águas então se abriram e desde então Jaguarari desapareceu para sempre nos braços da Y-îara.

ZX











Meu compromisso é com a Memória do "Invisível".


Pelo direito a autodeterminação dos povos e apoiando a descolonização do saber.


Ano 5523 de Abya Yala


523 anos de Resistência Indígena Continental.


JALLALLA PACHAMAMA, SUMAQ MAMA!







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