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4.3.09

O Fogo na Cosmovisão Indígena.

O fogo é um dos dos elementos mais utilizado em várias culturas ao redor da terra, como um elemento de purificação e transmutação. São cerimônias, ritos, onde a chama incandescente se faz presente trazendo a luz e o contato com as nossas memórias ancestrais. 

A "descoberta" do fogo proporcionou um grande salto para a Humanidade e a possibilidade de inovações tecnológicas e de qualidade de vida. A importância do fogo é relacionada à da própria vida. Na mitologia e Cosmologia das culturas, a vida é possível através do espírito criativo, da centelha que põe tudo em movimento. 
Os xamãs Huichole (México) reverenciam a Tatewari, o fogo sagrado, o deus com quem aprendem a curar. Tomam o peyote e buscam no fogo seus ensinamentos. Os nativos norte-americanos também costumam fazer seus conselhos junto à fogueira porque o fogo representa a luz da Sabedoria que os auxiliará na tomada de decisões que afetam toda a tribo. E assim vemos em muitas outras situações, a importância da fogueira como parte da memória ancestral.
Para  a grande maioria dos povos indígenas brasileiros o fogo é como a vida por isso deve sempre estar aceso dentro e fora de suas habitações. O ritual de proteção - Bênção do Fogo Sagrado é praticado por quase todas as etnias. 
Muitas são as histórias transmitidas através da oralidade (a mitologia é ainda viva, transmitida de uma geração a outra) sobre a origem do fogo aonde são relatados incêndios que destruíram a Terra. 
A fogueira é um elemento de extrema importância nas culturas nativas. Juntos, o fogo e a madeira do povo-em-pé, as árvores, liberam a memória dos tempos. As árvores carregam a memória da terra e esta informação contida nos anéis de seus troncos são inclusive utilizadas hoje pela ciência, cujo método se chama dendrocronologia. Temos árvores ancestrais, de muitos anos, que dia após dia, vivenciou e presenciou a saga dos ancestrais.
Ao sentarmos na fogueira, ativamos esta memória ancestral, aprendendo com tudo e todos que caminharam sobre o solo da Mãe Terra.

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História Oral Guarani Ñandeva
O filho de Ñane Ramõi, isto é, Ñande Ru Paven (“Nosso Pai de Todos”) e sua esposa Ñande Sy (“Nossa Mãe”), ficaram responsáveis pela divisão política da terra e o assentamento dos diferentes povos em seus respectivos territórios, criando montanhas para delimitar o território guarani. Ñande Ru Paven roubou o fogo dos corvos e o entregou aos homens; criou a flauta sagrada (mimby apyka) e o tabaco (petÿ) para os rituais e foi o primeiro que morreu na terra. Da mesma forma que seu pai, decidiu abandonar a terra em função de um desentendimento com sua esposa que estava grávida de gêmeos. O mito dos gêmeos é um dos mais contados e difundidos pela América do Sul. Pa’i Kuara é neto de Ñane Ramõi. A ele, depois de muitas aventuras na terra, foi atribuída a responsabilidade de cuidar do Sol, assim como de seu irmão, Jacy, a quem caberia o cuidado da Lua.


ZX











Meu compromisso é com a Memória do "Invisível".


Pelo direito a autodeterminação dos povos e apoiando a descolonização do saber.


Ano 5523 de Abya Yala


523 anos de Resistência Indígena Continental.


JALLALLA PACHAMAMA, SUMAQ MAMA!







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