Quantos são:1.208 (Funasa - 2006)
Os Javaé se auto denominam Itya Mahãdu, que significa "o Povo do Meio", falam a língua Ynã (Karajá) (com algumas variações dialetais, pertencente ao tronco linguístico Macro-Jê).
Para eles, a vida em sociedade é o preço que os seres humanos tiveram que pagar pela curiosidade de conhecer novos caminhos. A "queda do paraíso", que no seu caso é uma "subida", pois antes habitavam o fundo do rio Araguaia (que é o principal afluente do rio Tocantins), trouxe para os homens a obrigação de morar nas casas de suas esposas e pagar por elas aos sogros e cunhados. Enquanto os homens sonham com um tempo/lugar sem outros e sem afins, a vida neste mundo intermediário depende da capacidade de controlar os efeitos potencialmente destrutivos das pessoas estranhas ao grupo.
Os Javaé são um dos três subgrupos em que se dividem os índios Karajá (os outros dois são os Karajá propriamente ditos e os Xambioá) habitam nos estados brasileiros de Goiás e Tocantins. Uma das áreas ocupadas pelos Java é a maravilhosa Ilha do Bananal que possui uma biodiversidade única, a ilha é repleta de lagos e rios, tem cerca de 2.000.000 de hectares e é considerada pelos Karajá e Javaé como o lugar mítico de onde surgiram.
Fotos autor desconhecido
Quanto à situação legal da terra indígena, em 1959, foi criado o Parque Nacional do Araguaia, destinado à preservação ambiental e correspondente à totalidade da Ilha do Bananal, com 2.000.000 ha. Em 1971, um novo decreto criou o Parque Indígena do Araguaia, que passou a dividir a área total da ilha com o Parque Nacional. Após algumas retificações, em 1980, o Decreto n° 84.844 alterou os limites dos parques e a área atual do Parque Indígena passou a ter 1.395.000 ha. O novo decreto deixou de fora da terra indígena a aldeia Boto Velho, dos índios Javaé. Em razão disso, a FUNAI interditou provisoriamente uma área de 145.080 ha ao redor da aldeia Javaé, em 1985, dentro da área do Parque Nacional do Araguaia, agora administrado pelo IBAMA, enquanto não se chega a uma resolução para o problema da aldeia Boto Velho. A área do Parque Indígena do Araguaia, sem a aldeia Boto Velho, começou a ser demarcada pela FUNAI no início de 1998, foi homologada em abril do mesmo ano e registrada em seguida.
O problema mais recente que ameaça à sobrevivência física e cultural dos Karajá como um todo é a construção da hidrovia Araguaia-Tocantins pelo governo federal, que prevê o afundamento do leito do rio Araguaia em vários trechos, redução no nível de água de seus afluentes, explosão de bombas dentro do rio, desmoronamento dos barrancos e navegação de navios de grande porte.
Fonte:
Socioambiental
Indicação de leitura:
http://www.funai.gov.br/projetos/Plano_editorial/Pdf/REP3-2-1/04Vida_cerimonial_e_luto_entre_os_Javae_Patricia_de_Medonca_Rodrigues.pdf
Indicação de leitura:
http://www.funai.gov.br/projetos/Plano_editorial/Pdf/REP3-2-1/04Vida_cerimonial_e_luto_entre_os_Javae_Patricia_de_Medonca_Rodrigues.pdf