Situação da saúde e da educação indígenas, grandes projetos de desenvolvimento, demarcação de terras. Esses são apenas alguns assuntos que serão discutidos no Acampamento Terra Livre 2011 (ATL), que acontecerá na próxima semana em Brasília. Além do Acampamento, indígenas de várias regiões participam, de 29 até domingo (1º de maio), do Encontro Nacional dos Povos Indígenas em Defesa da Terra e da Vida, em Luziânia (Goiás).
Entre os dias 2 e 5 de maio, cerca de mil lideranças indígenas de todo o Brasil se reunirão na Esplanada dos Ministérios, em Brasília, para participar da 8ª edição do ATL. A ideia é trocar experiências entre as diversas comunidades e chamar a atenção do governo e da sociedade para as reivindicações dos mais de 230 Povos Indígenas do país.
De acordo com Marcos Sabaru, indígena do povo Tingui-Botó, de Alagoas, e coordenador da Articulação dos Povos e Organizações Indígenas do Nordeste, Minas Gerais e Espírito Santo (Apoinme) dos estados de Alagoas e Sergipe, o Acampamento já faz parte da agenda do movimento indígena. "É um momento de união dos povos, de busca para ouvir os problemas dos outros”, comenta.
O evento tem o objetivo de discutir sobre as violações dos direitos indígenas e reivindicar ações do Governo voltadas para essa população. Os debates abordarão diversos pontos da pauta de reivindicações indígenas, como saúde, educação, território, questão dos grandes projetos de desenvolvimento, novo Estatuto dos Povos Indígenas e Conselho Nacional de Política Indigenista (CNPI), além do Plano Nacional de Gestão Ambiental em Terras Indígenas (PNGATI).
Sabaru lembra que muitos indígenas estão sendo afetados por grandes projetos de desenvolvimento, como a construção de hidrelétricas, barragens, estradas e portos. "Estão fazendo esses grandes projetos em nome do progresso. Acontece que esse progresso nunca é voltado pra nós. Então, pra quem é esse progresso?”, questiona.
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