Ya basta !
Depois de incluir mais de 70 % da selva amazônica em concessões para a explorações de todos os tipos, incluindo a maior parte dos territórios indígenas, sem realizar nenhum tipo de consulta, o governo peruano planejava levar adiante o decreto lei 1090-Lei Florestal e da Fauna e Flora- que reduz a definição de Patrimônio Florestal e permitiria que 45 milhões de hectares de terras com floresta (60% da Amazônia peruana passariam a empresas privadas e com isso trazendo a destruição maciça da selva e dos povos indígenas que ali habitam.
Alan Garcia (presidente do Perú) possui uma visão delirante de desenvolvimento para a floresta que apresenta a maior diversidade do planeta em termos biológicos e culturais. Segundo ele, existe a necessidade de fazer o país progredir em todos os sentidos buscando a adequação ao Tratado de Livre Comércio (TCL) firmado com os Estados Unidos. (sic)
É óbvio que os indígenas amazônicos e suas organizações estavam totalmente contra esta visão deturpada de progresso e resistiram defendendo os seus modelos de desenvolvimento sustentáveis e da floresta com suas próprias vidas.
Ainda segundo Alan Garcia, os indígenas são selvagens, "perros del hortelano" (não fazem e nem deixam fazer) e cidadãos de segunda classe porque são inimigos da modernidade. (sic)
Com o decreto lei 1090, que havia sido declarado inconstitucional pelo Congresso da República e da Defensoria do Povo, -mas sem resposta do governo- os povos indígenas se mobilizaram pcificamente em toda a Amazônia fazem mais de 50 dias. Nesse contexto, Os Awajun e os Wampi bloquearam uma estrada em Bagua ao norte do Peru e foram atacados covardemente pelas forças armadas no dia 5 de julho.
Nos enfrentamentos armados morreram um número de indígenas muito alto mas até agora nenhuma informação coerente foi dada por parte do governo ou das forças armadas.
Segundo testemunhas, os policiais e o exército fizeram desaparecer dezenas de corpos de indígenas que foram queimados e largados dentro do rio com helicópeteros para ocultar a dimensão do brutal massacre.
O governo acusa os indígenas de haver iniciado os ataques, afirma que estão associados com o Sendero Luminoso e que foram manipulados pelos governos da Bolívia e da Venezuela. (sic)
O lider da AIDESEP (Coordenação Nacional Indígena Amazônica) está pedindo asilo político por haver sido acusado pelo governo de ser responsável pelas mortes.
Até agora a voz dos indígenas que sofreram o ataque não foram escutados na maior parte da imprensa nacional e internacional.
Frente a versão "oficial" do governo aqui estão as provas de quem começou o ataque, assim como da brutalidade do mesmo. Os vídeos abaixo mostram o testemunho presencial de indígenas e não indígenas que fizeram parte de mais esta vergonha para a humanidade.
Por favor, divulguem os vídeos. Precisamos dar voz aos povos amazônicos que estão sendo massacrados.