Os cerca de 7.8 milhões de km2 da Amazônia são compartilhados por oito países e a Guyane Française, onde vivem 33 milhões de habitantes, incluindo 385 povos indígenas.
É uma região de enorme diversidade socioambiental, estratégica para o ambiente tropical da América do Sul e para o clima do planeta.
Os atores que vivem e atuam na Amazônia têm diferentes interesses e a interpretação da situação atual e as visões sobre o futuro da região se converte em uma disputa de paradigmas. Sob estas perspectivas têm sido gerados diferentes níveis de análises e cenários, a partir de enfoques regionais, nacionais ou internacionais.
A presente publicação tem como objetivo principal contribuir para superar visões fragmentadas e promover iniciativas e processos integrados, regionais, nacionais e internacionais, que contribuam para a consolidação das Áreas Protegidas e dos Territórios Indígenas – os quais somam cerca de 45% da região – como parte importante da solução para a conservação e o uso sustentável dos ecossistemas.
O aprimoramento deste mapa deve-se a um trabalho conjunto e contínuo de instituições de pesquisa, sobretudo da sociedade civil dos países amazônicos, para sistematizar, qualificar e integrar suas bases de dados em um mesmo espaço, no âmbito de RAISG.
Este esforço teve como base uma agenda comum para as análises temáticas e a elaboração de protocolos de gestão compartilhada e descentralizada da informação, em um exercício contínuo que se assemelha a um verdadeiro “quebra-cabeças”.
É importante ressaltar que, para elaborar a representação cartográfica e numericamente equivalente entre os diferentes países, se considerou as especificidades de cada um para chegar a uma legenda comum. Assim, os limites internacionais foram ajustados sobre uma base única de forma a não apresentar vazios de informação nem superposição. As Áreas Naturais Protegidas foram classificadas com base no atributo comum a todas sobre o tipo de uso permitido, enquanto os Territórios Indígenas foram classificados, além da nomenclatura de cada país, em relação à situação (ou não) de algum grau de reconhecimento oficial.
O limite geográfico da Amazônia
Existem diferentes formas de definir os limites da Amazônia como região, do mesmo modo que há diversas fontes de dados para cartografá-la. Comumente se usam os limites biofísicos – relacionados com a hidrografia, o relevo e a vegetação – e os limites administrativos reconhecidos pelas nações para a aplicação de políticas de proteção e/ou desenvolvimento, que tomam em conta as peculiaridades da região. Critérios econômicos e sociais também são empregados para tal definição. Por isso não existe consenso sobre o que é a Amazônia; ao contrário, se sabe que há várias Amazônias que dão conta de diferentes universos, de acordo com os atores envolvidos.
Para RAISG, o objetivo não é estabelecer um limite amazônico inequívoco, administrativo ou cientificamente fundamentado, e sim delimitar a área de análises de forma que a informação seja de utilidade para diferentes atores. Os produtos terão formatos e públicos diferentes, conforme sejam impressos ou publicados na web.
Entre as diferentes definições dos limites amazônicos de cada país, se empregou o “limite utilizado por RAISG”, região sobre a qual se possui dados atualizados e sistematizados, conhecimento acumulado e atuação reconhecida. Este limite, composto principalmente pelo limite biogeográfico, com exceção de Ecuador e Brasil, onde se aplicou o critério jurídico-administrativo, permite a realização de diagnósticos e projeções, a antecipação de cenários de ameaças e de proteção, assim como mostrar sua evolução ao longo do tempo. É a ele que se referem as estatísticas e as referencias textuais à Amazônia, de modo geral.
Para maior clareza, em Amazônia 2012 se mostram os limites biogeográficos e os da bacia amazônica – de acordo com a informação consolidada – além do “limite utilizado por RAISG”.
O mapa Amazônia 2012 – que também está disponível aqui em versão digital – apresenta um conjunto de informações atualizadas e corrigidas em relação ao mapa publicado por RAISG em 2009.
Fonte: Socioambiental